sábado, 3 de outubro de 2009

Obesidade: escolha o caminho certo.


Obesidade - escolha o caminho certo.



A obesidade é sem dúvida um dos resultados da “americanização” na alimentação do brasileiro, os hábitos alimentares compõem um fator de risco importantíssimo para o seu desenvolvimento, os fatores exógenos, onde se enquadram os hábitos diários são responsáveis por aproximadamente 98% dos casos registrados de excesso de peso.
Uma pessoa acima do peso convive com entraves na sua qualidade de vida, nas mais variadas situações: quando criança pode enfrentar problemas de relacionamento na escola, quando adolescente não é fato raro apresentar atitudes de isolamento como horas defronte a um computador ou televisão e na fase adulta além de limitações nos movimentos, preconceito e outras dificuldades, a probabilidade de surgirem seqüelas trazidas pela obesidade é grande.
Outro componente que acompanha a obesidade é um gasto financeiro elevado, tanto da pessoa que se encontra acima do peso quanto dos órgãos públicos da saúde, pois ela é considerada uma doença e como tal ajuda a aumentar o consumo de remédios e os casos de internações hospitalares em função de suas complicações associadas: diabetes tipo II, hipertensão, colesterol alto, problemas cárdio-vasculares etc...
Não há solução mágica para emagrecer, apesar de ser um mercado atraente do ponto de vista financeiro, remédios e shakes milagrosos provavelmente não farão efeito algum se os hábitos de vida não forem transformados e uma alimentação regrada aliada a atividades físicas não forem privilegiadas. É um processo lento e muitas vezes até penoso, pois mudar hábitos, principalmente de um adulto não é tarefa fácil, muito pelo contrário.
Quando a obesidade é detectada em crianças o resultado do tratamento a nível comportamental é melhor, é na infância que criamos muitos de nossos hábitos, é mais fácil criar um hábito do que modificá-lo.
A cultura do imediatismo prejudica muito, geralmente existe pressa em emagrecer e o apelo aos remédios milagrosos, dietas “malucas” elaboradas por leigos e até mesmo cirurgias de redução de estômago em idade muito precoce fazem parte da solução deixando em segundo plano uma estratégia saudável e duradoura para perder peso. “Porque ficar se matando em uma academia e deixar de comer tudo que mais gosto, se posso tomar um remedinho e em duas semanas perderei 10 quilos?”.
Enquanto pensamentos imediatistas prevalecerem, dificilmente venceremos a luta contra a obesidade. De um lado temos o tratamento com uma equipe multidisciplinar composta por médico, nutricionista, psicólogo e educador físico, que apresenta resultados saudáveis e duradouros, porém a longo prazo. De outro lado temos o poder financeiro e o comércio que que vendem promessas de emagrecimento imediato e sem nenhum esforço, porém com resultados questionáveis. (Alex Batalha Machado)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Exercício físico para criança obesa.


Não é nada fácil elaborar um programa de atividades físicas para crianças. A motivação assume papel fundamental nessa prática. A criança não é um adulto em miniatura, portanto torna-se quase impossível conseguir resultados através de exercícios em esteiras, bicicletas ergométricas ou aparelhos similares. É necessário que o profissional de educação física que se propõe a trabalhar com criança tenha criatividade, estimulando os pequenos a realizar exercícios de forma lúdica para que não percam a motivação e o interesse pela prática. Além disso deve ter conhecimento para conduzir esse esforço de maneira que provoque as adaptações fisiológicas planejadas sem causar danos, pois trata-se de ser em formação e qualquer erro na dosagem do treinamento poderá prejudicá-lo.

O organismo de uma criança é muito complexo e difere em muitos aspectos do organismo de um adulto, sendo assim, antes de iniciarmos um programa específico para diminuição da gordura corporal se faz necessária uma avaliação das capacidades funcionais dessas crianças, através de uma avaliação apenas cardiovascular, ou por uma avaliação da capacidade cardiorrespiratória: teste ergométrico e teste ergoespirométrico respectivamente. Tendo em mãos os resultados, o treinamento poderá encaminhar-se para uma individualidade, sem a qual não se consegue bons resultados quando se fala em redução de gordura corporal. Não se fala em perder peso para uma criança, o objetivo do treinamento, na maioria das vezes é estacionar o peso corporal e aguardar o aumento na estatura, assim o IMC (índice de massa corporal) se aproximará dos índices normais, a pressão de perder peso geralmente é muito pesada para uma criança.
A despeito de serem diferentes, o princípio de treinamento para uma criança é o mesmo de um adulto, ou seja, o valor da intensidade do treino para cada aluno é medido pela FC (freqüência cardíaca).

Estudos indicam que os limites de treinamento para crianças obesas devem girar em torno de 50% e 70% da reserva de freqüência cardíaca.
FC treinamento = (FC máxima - FC repouso) X (0,5 ou 0,7) + (FC rep).
Acredita-se que a freqüência ideal de treinamento seja três vezes por semana e que após três meses os resultados já podem ser percebidos, tanto pelos pais quanto pelas próprias crianças, mas alterações benéficas internas são notadas logos nas primeiras sessões. (Alex Batalha Machado – professor de educação física).